Artigos de Opinião
21
Nov.

Daltonismo: “A cegueira das cores!”

“ Esta camisa é verde ou vermelha? ”

Com certeza que já presenciou alguém a realizar esta questão, ou até mesmo o(a) próprio(a) leitor(a). Não quer dizer que estamos perante um caso de daltonismo, mas não há nada como realizar um exame específico para poder despistar este distúrbio.
A forma mais comum de daltonismo é a dificuldade de distinguir o verde do vermelho.


Esta perturbação é normalmente genética, mas existem lesões do aparelho visual e do sistema neurológico que podem originar alterações da visão cromática. O Daltonismo é um distúrbio que recebeu este nome em homenagem ao químico John Dalton, que foi o primeiro cientista a estudar a anomalia de que ele mesmo era portador. Apesar deste problema estar ligado diretamente ao cromossoma X, ocorre com maior frequência entre os homens, que possuem apenas um cromossoma X. Isto acontece uma vez que, apesar da mulher ter 2 cromossomas X, existe a possibilidade da anomalia em um deles ser compensada pelo outro, o que explica a baixa incidência desse distúrbio no sexo feminino.
A retina humana possui três tipos de células sensíveis à cor, chamadas cones. Cada um deles é sensível a uma determinada faixa de comprimentos de onda do espectro luminoso, que neste caso é ao azul, verde e vermelho. Desta forma reconhecem a transmitem ao cérebro (córtex visual) a cor dos objetos visualizados.
Como todas as pessoas sabem, são três as cores principais: azul, verde e vermelho. Por um lado a junção destas três cores dá o branco, e por outro lado todas as outras cores ou tonalidades são o somatório destas três cores. Daqui se compreende que um erro ou defeito num tipo celular referente a uma destas três cores, resulta num defeito específico dessa cor, mas também terá consequências na composição de todas as outras cores compostas e onde a cor em falta não pode colaborar.

 

Curiosidades
Na área central da retina existe uma predominância de cones sensíveis ao vermelho e verde. Esta é a razão pela qual foi introduzido uma terceira luz de STOP no meio da traseira dos automóveis (luz vermelha na retaguarda dos veículos automóveis); esta luz encurta o tempo de reação à travagem em 0,2 segundos. Um pouco mais perifericamente aumenta a sensibilidade ao eixo azul-amarelo. Esta é a razão pela qual a luz de reserva de combustível é amarela; facilita a sua perceção sem olhar diretamente para ela. Também nas condições de movimento se obtém boas condições de contraste entre as cores azul e amarela. É por esta razão que em Portugal se usam nas estradas placas com setas amarelas e pretas para indicar a lateralidade nas portagens, nos desvios etc.;  é também por esta razão que atualmente as ambulâncias do INEM estão pintadas de azul e amarelo; ….Etc..

 

Conceito inovador e…..Português! - ColorADD
O ColorAdd é um sistema de identificação de cores para daltónicos, desenvolvido pelo português Miguel Neiva, designer gráfico e professor da Universidade do Minho.
Este código distinguido e elogiado a nível internacional, é universal, transversal e inclusivo. Foi desenvolvido com base nas três cores primárias, representadas por três símbolos gráficos que conjugados segundo o conceito básico de adição de cores, permite a todos os indivíduos com dificuldade na sua interpretação, nomeadamente os daltónicos, relacionar os símbolos e facilmente identificar toda a paleta de cores, sempre que a cor for um fator de decisão, orientação ou escolha.

 

Através do Código, o daltónico ganha independência cognitiva e aquisitiva, fortalecendo os seus níveis de confiança, realização. Auto estima e integração, reforçando o seu bem-estar social. Atualmente, já podem descobrir este código em etiquetas de roupa, pulseiras de pacientes no hospital, em lápis de cor, mapas de rede de metro, serviços postais, armações de óculos etc..
Como não poderia deixar de ser, a Parente Óptica Médica está associada à CollorAdd para implementar este código em bibliotecas escolares na região e despistar casos de daltonismo através de rastreios.

 


   Tiago Parente
   Optometrista da Parente Óptica Médica

 

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